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XO luto constitui um conjunto de reações a uma perda significativa, geralmente pela perda de outro ser. Quanto maior o apego ao objeto perdido (que pode ser uma pessoa, animal, fase da vida, status social, etc.), maior o sofrimento do luto (Bowlby, 2004).
O processo de luto tem sido afetado durante a pandemia, em função das medidas de distanciamento social. Nesse contexto, torna-se mais complexa a realização de rituais de despedida, como de rituais funerários, o que pode dificultar a experiência de luto. Além disso, a ocorrência de múltiplos casos de infecção e óbito em uma mesma família gera lutos sequenciais, trazendo desafios significativos à forma de se adaptar e lidar com as perdas (Fiocruz, 2020).
A pandemia de COVID-19, portanto, impõe desafios adicionais aos rituais de despedida nos casos de terminalidade. Tanto a comunicação verbal quanto a não verbal se mostram essenciais nos rituais de despedida; a comunicação não verbal, especificamente, parece importante em situações em que as palavras são insuficientes para externalizar o que se deseja ou não podem ser ditas. A linguagem é uma ferramenta de subjetivação. Pensar no luto, pensar na perda, pensar na morte esbarra quase num tabu. Agora não dá pra deixar para depois, porque vamos perder pessoas de maneira direta ou indireta, próxima ou medianamente próxima, é isso que estamos vivendo.
Não poder velar, não receber o acolhimento do ombro amigo, não dizer a última palavra, não expressar a gratidão por ter convivido com aquele se foi, o choro interrompido pela indignação da falta de opção em não poder despedir-se daquele que conviveu e deu sentido e significado à vida do enlutado, constitui uma marca emocional sem precedentes. Afinal, a história da pessoa que nos deixa não se encerra com sua morte, mas continua viva em quem fica. Todas essas variáveis silenciam e interrompem o caminhar em busca da ressignificação da dor e a capacidade de reinvestimento para seguir a vida, apesar da perda.
Assim, podemos lançar mão de recursos que possam nos auxiliar nesse momento de tamanho impacto causado pela impossibilidade de vivenciarmos o processo de morrer dos nossos entes queridos, decorrentes do Covid-19. A resiliência, enquanto habilidade de nos recuperarmos de eventos emocionalmente deletérios; aspectos positivos pelos quais podemos ser gratos; fortalecimento das redes socioafetivas; do compromisso e da solidariedade entre as pessoas; o que parece essencial para enfrentar desafios tanto durante quanto após a vigência da pandemia.
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